sexta-feira, abril 28, 2006
terça-feira, abril 18, 2006
34
Quantos portos, porém, e nesses portos,
talvez abrindo-se a ti, quantas portas.
Quantas janelas
dando sobre a paisagem da tua vida e do teu esforço.
Quantas sementes aladas do futuro
que, voando ao sabor da tormenta,
num doce dia de júbilo,
em flor, perceberão que te pertencem.
Quantas vidas que, umas às outras, se chamam;
e pelo voo que, neste mundo,
toma a tua própria vida,
que imenso nada posto em causa para sempre.
Rainer Maria Rilke - Frutos e Apontamentos (numa sublime tradução de Maria Gabriela Llansol, para a Relógio d'Água)
talvez abrindo-se a ti, quantas portas.
Quantas janelas
dando sobre a paisagem da tua vida e do teu esforço.
Quantas sementes aladas do futuro
que, voando ao sabor da tormenta,
num doce dia de júbilo,
em flor, perceberão que te pertencem.
Quantas vidas que, umas às outras, se chamam;
e pelo voo que, neste mundo,
toma a tua própria vida,
que imenso nada posto em causa para sempre.
Rainer Maria Rilke - Frutos e Apontamentos (numa sublime tradução de Maria Gabriela Llansol, para a Relógio d'Água)
quinta-feira, abril 13, 2006
Pôr do Sol
Neste últimos dias, que já cheiram a primavera, a C. e eu temos ido até à praia ao fim da tarde.
Brincamos com a areia, de pés descalços.
Ela ri-se muito e diz que a areia faz "cóchicas".
Corre com uma felicidade que transborda por todos os seus pequenos poros.
Por vezes parece que se cria uma aura à sua volta.
Nesses instantes percebo o amor incondicional.
Do alto dos seus dois anos, um destes dias disse-me, enquanto admirávamos um bonito pôr do sol: "Mãmã, olha, olha, o sol vai tomar banho no mar!!!".
E perguntou-me logo a seguir: "Ele vem, não vem mãmã?". Preocupada com a possibilidade de que o astro rei fosse engolido pelo mar.
Eu disse-lhe que sim, que ele voltava, mas que o banho ia durar uma noite inteira...
Brincamos com a areia, de pés descalços.
Ela ri-se muito e diz que a areia faz "cóchicas".
Corre com uma felicidade que transborda por todos os seus pequenos poros.
Por vezes parece que se cria uma aura à sua volta.
Nesses instantes percebo o amor incondicional.
Do alto dos seus dois anos, um destes dias disse-me, enquanto admirávamos um bonito pôr do sol: "Mãmã, olha, olha, o sol vai tomar banho no mar!!!".
E perguntou-me logo a seguir: "Ele vem, não vem mãmã?". Preocupada com a possibilidade de que o astro rei fosse engolido pelo mar.
Eu disse-lhe que sim, que ele voltava, mas que o banho ia durar uma noite inteira...